As exportações do agronegócio de Minas Gerais seguem registrando resultados positivos na receita. Com a demanda mundial aquecida por alimentos, ao longo dos primeiros oito meses de 2021, os embarques dos produtos mineiros cresceram 21,2% em faturamento, chegando a um montante de US$ 6,9 bilhões.
Em relação ao volume exportado, houve queda de apenas 0,9%, somando 8,9 milhões de toneladas. Entre os principais destaques estão o café, a soja e o grupo das carnes. Os dados são da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).
Entre janeiro e agosto de 2021, as exportações do agronegócio representaram 26% da receita total dos embarques feitos por Minas Gerais, que foi de US$ 26,6 bilhões.
“Nós estamos com quase US$ 7 bilhões gerados com os embarques de produtos do agronegócio. É um resultado excepcional. A perspectiva, se as exportações continuarem neste ritmo, é encerrar ano com valor acima de US$ 10 bilhões, o que é muito importante”, disse o subsecretário de Política e Economia Agropecuária da Seapa, João Ricardo Albanez.
As importações do setor agropecuário movimentaram US$ 637 milhões entre janeiro e agosto, valor que ficou 44,1% maior que nos primeiros oito meses de 2020. Em volume, as importações chegaram a 628,07 mil toneladas, variação positiva de 27,8%.
Com o resultado, nos oito primeiros meses de 2021, foi gerado um saldo na balança do agronegócio de US$ 6,2 bilhões, avanço de 19,3% frente ao mesmo período do ano anterior.
No período, devido à alta demanda e ao dólar valorizado, o valor médio da tonelada cresceu 12,7% saindo de um valor médio de US$ 899,89 para atuais US$ 1.014,32.
De janeiro a agosto, dentre os produtos embarcados, o café respondeu pela maior parte das exportações, 38,48%. O grão apresentou alta de 19,2% na receita gerada com os embarques, movimentando US$ 2,6 bilhões. Ao todo, foram exportadas 1,1 milhão de toneladas de café, alta de 12,8%.
Segundo Albanez, é interessante observar que a participação do café nas exportações está menor devido à maior diversificação da pauta exportadora. “Não houve queda no desempenho do café, pelo contrário, os embarques estão crescendo. O que observamos é que outras commodities também estão ganhando espaço como a soja, as carnes, produtos florestais e setor sucroalcooleiro. Esta diversificação é muito positiva. O café já concentrou 60% dos embarques do agronegócio estadual”, explicou.
O complexo soja é um dos setores que vem apresentando aumento na participação. De janeiro a agosto, o setor respondeu por 27,78% das exportações do agro de Minas Gerais. No período, houve crescimento de 24,6%, na receita gerada com os embarques, que totalizou US$ 1,9 bilhão. O volume ainda está inferior ao registrado em igual período do ano passado. Ao todo foram embarcadas 4,2 milhões de toneladas, 1,7% menor.
Além do dólar valorizado, o que estimula as exportações do complexo soja, a demanda maior gerou valorização do valor médio da tonelada. Enquanto a tonelada era negociada a US$ 366,29 nos primeiros oito meses de 2020, este ano o volume foi cotado a US$ 451,57, aumento de 23,28%.
Dentre os produtos do complexo soja, o destaque foram os embarques de soja em grãos, que cresceram 24,3% em receita, US$ 1,7 bilhão, com a exportação de 3,98 milhões de toneladas, queda de 1,9%.
No acumulado do ano até agosto, as exportações do complexo sucroalcooleiro subiram 8,4% em faturamento e caíram 1,6% em volume, gerando uma receita de US$ 703,4 milhões e embarque de 2,2 milhões de toneladas.
Destaque também para o bom desempenho nas exportações de produtos florestais, com alta de 28% em receita (US$ 461 milhões) e dos embarques de rações para animais, que atingiram uma receita de US$ 58,1 milhões, alta de 23,5%.
Embarques de carne
Resultado positivo também foi verificado na exportação do grupo de carnes, que respondeu por 11,8% das exportações do setor no Estado. No grupo das carnes foi verificado aumento de 22% no faturamento (US$ 817,1 milhões) e de 15% no volume, que somou 248,7 mil toneladas.
No período, os embarques de carne bovina cresceram 19,7% em valor, que ficou em US$ 613,3 milhões. Foram exportadas 126,1 mil toneladas, volume 4,3% maior que o exportado anteriormente. Ainda não foi possível sentir os impactos causados pela confirmação de um caso atípico de vaca louca diagnosticado em Belo Horizonte. A confirmação fez com que as exportações para a China e alguns outros países fossem suspensas.
“Ainda não conseguimos medir os impactos. Teremos alguma interferência em setembro, mas acredito que logo os embarques serão restabelecidos. Tanto o Estado como o governo federal trataram do assunto com muita responsabilidade e adotaram todos os protocolos. Além disso, somos importantes fornecedores de proteínas e não tem outro mercado que possa atender a demanda dos nossos compradores”, disse Albanez.
A comercialização de carne suína com o mercado externo somou 14,1 mil toneladas, queda de 8,5%. O faturamento aumentou 0,9%, encerrando o período em US$ 28,6 milhões.
Outro destaque são as exportações do setor lácteo. Entre janeiro e agosto, houve um aumento de 48,6% na receita, US$ 18,6 milhões, e de 27,9% em volume, 6,5 mil toneladas.
Fonte: Diario do comercio.com.br
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